A capoeira é uma técnica de defesa e ataque criada pelos escravos brasileiros, mas o local de sua origem, no Brasil ou na África, é controvertido. Pois, ela tanto pode ter sido trazida pelos africanos da região de Angola enquanto dança ritualística e adaptada para arte marcial, quanto pode ter sido criada aqui no Brasil como uma necessidade de sobrevivência dos escravos fugitivos e perseguidos.
Mas o fato é que ela era praticada como arte marcial pelos escravizados africanos e por seus descendentes afro-brasileiros. Eles podem tê-la criado (ou adaptado) a partir da observação dos animais da natureza, que contavam apenas com sua força física para enfrentar os oponentes. O canto, as palmas e os instrumentos musicais foram acrescentados para mascarar o ensino e a prática, que eram proibidos pelos senhores de engenho.
A palavra capoeira significa, no vocábulo indígena, “mata que existiu”. A evolução para o significado de luta corporal pode ter advindo da associação com as capoeiras ou matas nos arredores das fazendas, onde se realizavam os primeiros treinos para enfrentar os capitães do mato.
Assim como o vocábulo e o seu significado, a luta também evoluiu. Ela saiu das senzalas e quilombos e foi para as ruas das cidades brasileiras acompanhando os afro-brasileiros. Mesmo após a Abolição da Escravatura no Brasil, em 1888, e no início do Período Republicano, os “capoeiras”, ou aqueles que dominavam essa luta, foram perseguidos.
Foi o presidente Getúlio Vargas quem primeiro tratou a capoeira oficialmente como uma forma de expressão cultural, retirando sua característica de prática criminosa. Em 1953, ele afirmou: “a capoeira é o único esporte genuinamente nacional”.
Com essa afirmação, retomamos a origem conflituosa da capoeira para apresentar as suas duas linhas: a capoeira de angola e a capoeira regional. A primeira e mais antiga defende sua origem africana, segue os ensinamentos do mestre Pastinha e é jogada num ritmo mais lento, ao som do berimbau. A segunda, criada entre as décadas de 1930 e 1940 do século passado, é a mais difundida no Brasil. Associa alguns golpes da de angola a outros de lutas regionais, ao som do batuque, seguindo os ensinamentos do mestre Bimba.
Hoje, ela é tratada como manifestação cultural ou esporte. Em 2008, o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) registrou a Roda de Capoeira e o Ofício dos Mestres de Capoeira como parte integrante do Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro. Ela faz parte da identidade nacional, seja como esporte, seja como luta, dança ou música.
Nossa que aula bacana ou melhor atividade boa! Assim os jovens aprendem a ser expressar corporal e mentalmente e terem agilidade em seus movimentos e pensamentos. Muito bom mesmo.
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